Do site Aleteia:
“As unidades de cuidados paliativos e UTI dos hospitais têm uma íntima relação com a morte, proporcionando numerosas experiências que fogem de qualquer explicação racional: pacientes que intuem o momento exato em que vão morrer, outros que parecem decidir por si mesmos o dia e a hora, adiantando ou atrasando sua morte, sonhos premonitórios de familiares ou pressentimentos de terceiras pessoas que, sem nem sequer saber que alguém está internado ou sofreu um acidente, têm a certeza interior de que faleceram.
Somente os profissionais de saúde que trabalham perto dos pacientes terminais conhecem em primeira pessoa o alcance e variedade destas estranhas experiências. A ciência ainda não foi capaz de oferecer uma resposta a estes fenômenos, razão pela qual costumam ser descritos como paranormais ou sobrenaturais – uma etiqueta “vaga demais para a magnitude destas experiências”, segundo explica a enfermeira britânica Penny Sartori, que dedicou 20 anos da sua vida a trabalhar na UTI.
Sua trajetória é suficientemente sólida para garantir que ela já viu de tudo, tornando-se capaz de intuir padrões e elaborar hipóteses sobre estes fenômenos. Tanto é assim, que dedicou sua tese de doutorado a este tema, e cujas principais conclusões compartilha no livro “The Wisdom Of Near-Death Experiences” (Watkins Publishing) “Sabedoria das Experiências de Quase-Morte” (EQM).
“Alucinações” compartilhadas por familiares
Ao longo de sua vida profissional, Penny teve contato com pacientes que viveram experiências de quase-morte (EQM), bem como com familiares que viveram de perto experiências de morte compartilhada. A quantidade e repetição de padrões levam a enfermeira a descartar a hipótese do acaso e a da impossibilidade de encontrar um raciocínio lógico para este estendido fenômeno.
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Segue abaixo o relato de Nancy Meiere sua Experiência de Quase Morte (EQM), que aconteceu no jardim de sua casa em Saint-Louis, num dia de 1975, quando tentava cortar uma galho mais alto de uma árvore. De repente, ela perdeu o equilíbrio. Hoje, Nancy explica muito simplesmente que foi o momento mais importante de sua vida. A californiana pertence a essa minoria de sobreviventes que encontrou, no final do túnel, seres espirituais perfeitamente distintos da luz central. Eis o relato de sua experiência:
“Eu estava no último degrau da escada e queria cortar um galho quando de repente perdi o equilíbrio e caí. Durante minha queda, eu pensei: ‘Não será muito grave’. Mal bati violentamente no chão e a escada caiu em cima de mim, precisamente sobre o estômago. Minha vida inteira desfilou como num filme. Foi tudo. Eu me levantei um pouco tonta, e disse a mim mesma que, mesmo assim, deveria dar um pulo no hospital para ver se não tinha quebrado nada. No centro hospitalar de Saint John, me fizeram radiografias sem encontrar nada, mas como eu não me sentia muito bem, o médico me manteve sob observação.
Quanto mais o tempo passava, mais eu me sentia mal, sem conseguir definir exatamente o que eu tinha. Ao final de dois dias, meu estado se agravara. O médico voltou a fazer radiografias e acabou descobrindo que meu fígado havia rompido e que a gangrena tinha destruído não só meu fígado como também meus intestinos. Foi uma correria. Transportaram-me com urgência para a sala de cirurgia, onde meu estômago foi imediatamente aberto para uma grande limpeza. Os cirurgiões não sabiam se eu sobreviveria.
Durante três dias, não parei de fazer idas e vindas pelo túnel, ao fim do qual eu via aquela luz. Na primeira vez, isso me pareceu realmente estranho, porque eu me vi repentinamente do teto. Eu via meu corpo deitado na cama do meu quarto, e minha mãe sentada ao meu lado. Eu pensei: ‘É estranho porque eu estou na cama e ao mesmo tempo aqui’.
Em seguida, eu me virei e atravessei esse túnel numa velocidade incrível, com um som muito agudo. Quando cheguei ao final encontrei três seres de luz. Eu não entendia nada, mas tentava, como dizer, estabilizar-me na frente deles.
Quando consegui me estabilizar, eu pensei: "ok, estou morta, onde estão os anjos?" Eles me responderam em pensamento: "Para você nós não precisamos nos parecer com anjos porque você não acredita neles." Eu ri, porque ao mesmo tempo sabia, no mais fundo do meu ser, que eram anjos, verdadeiros. Era como um pensamento, uma certeza que eles tinham me transmitido. Ao olhá-los, eu tinha a impressão de que eles formavam o comitê de recepção. Eles se pareciam com chamas de vela. Mas eu também sentia que cada um deles tinha sua própria personalidade, que eles eram perfeitamente distintos um do outro. Eu não via rostos, mas sentia sua personalidade, a essência de seus seres. Não falávamos, tudo acontecia por telepatia. E eu sabia que eram anjos ou, mais precisamente, seres de luz com uma consciência própria, como a nossa.
Em seguida, eu me vi realmente dentro da luz branca, aquela de que todo mundo fala, aquela que nos envolve num amor infinito em que cada átomo de sua alma vibra com um amor passional. Fundir-se nessa luz é como voltar para casa, voltar para o amor incondicional. É essa minha experiencia de Deus. Minha vida começou a desfilar em três dimensões. Foi tão real quanto falar com você esse momento. Sentir o efeito de seus atos sobre os outros faz você compreender o que você é realmente. Depois eu ouvi a pergunta:
Nancy, o que você quer? Ficar aqui ou voltar?" Eu tinha duas filhas e um filho de pouca idade, mas não queria voltar. Eu queria ficar. Você pode imaginar algo parecido? Abandonar meus filhos? Mas era tão maravilhoso. As palavras não podem traduzir o que eu sentia. Eu perguntei então: "Se eu voltar, isso fará diferença para a minha família?", e Ele me disse "Sim, para o seu filho". Então eu voltei por ele.”
Como todos os sobreviventes, a experiência de Nancy Meier a transformou. E se a existência dos anjos nunca a tinha incomodado antes de sua EQM, dali por diante tornou-se uma certeza. Notemos, caso, que os três anjos constituem de fato o comitê de recepção no final do túnel.
Eles têm senso de humor: "Nós não somos anjos porque você não acredita neles", e ao mesmo tempo eles lhe transmitem a certeza absoluta de que eles são, precisamente, anjos. Notemos também que eles se parecem com chamas.
Fonte:
http://www.aleteia.org/pt/saude/artigo/o-que-as-pessoas-sentem-ao-morrer-5874368743735296
E
Livro “Relatos sobre a existência dos Anjos da Guarda” – do jornalista Pierre Jovanovic – Editora Anagrama
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