sábado, 7 de setembro de 2019

22º dia – Satanás e os anjos rebeldes




Da maravilhosa realidade dos santos anjos, descemos assim para tenebrosa realidade dos espíritos infernais, os demônios.

Mais ainda do que em relação aos anjos, os povos pagãos da Antiguidade (como também os primitivos de hoje) tiveram a percepção dos demônios. A tal ponto, que mentalidades racionalistas do século passado e deste quiseram ver na concepção bíblica de anjos e demônios uma mera influência babilônica e grega. Essa apreciação é completamente falsa pois a concepção bíblica e cristã sobre os anjos está inteiramente imune dos absurdos supersticiosos dos pagãos.

Em relação aos demônios, os povos antigos (babilônios, caldeus ou gregos) manifestaram uma grande confusão, por não terem conseguido resolver o problema da origem do mal. Em suas concepções, o bem e o mal se mesclam e se confundem de tal maneira que tanto os deuses como os gênios perversos mostram-se ambíguos, representando e praticando, uns e outros, tanto o bem como o mal.

Entre os gregos, o vocábulo daimon designava os deuses e outros seres com forças divinas, sobretudo os maléficos, dos quais os homens deveriam guardar-se por meio da magia, da feitiçaria e do esconjuro.
A concepção revelada pela Sagrada Escritura e pela Tradição é bem outra: os demônios não são divindades, mas simples criaturas, dotadas de uma perfeição natural acima da do homem, porém infinitamente abaixo da perfeição de Deus, seu criador.

Se eles são perversos, não é por terem uma natureza essencialmente má, e sim por prevaricação; feitos bons por Deus, os anjos maus ou demônios se revoltaram e não quiseram submeter-se Criador, servi-Lo e adorá-Lo como sua condição de criatura o exigia.

Uma vez revoltados, os anjos rebeldes fixaram-se no mal, e passaram a tentar o homem, procurando arrastá-lo à perdição eterna. Essa atividade demoníaca — a tentação — os teólogos qualificam de ordinária, por ser a mais frequente e também a menos espetacular de suas atuações sobre o homem. Além dessa atividade, ele pode — com a permissão de Deus — perturbar o homem de um modo mais intenso mais sensível, provocando-lhe visões, fazendo-o ouvir ruídos e sentir dores; ou, então, atuando sobre as criaturas inferiores — as planta animais, os elementos atmosféricos — para desse modo atingir o homem. É a infestação pessoal ou local, atividade menos frequente mais visível, chamada por isso extraordinária.

Em certos casos extremos, podem os demônios chegar a possuir o corpo do homem para atormentá-lo. Temos aqui a possessão, a mais rara manifestação extraordinária do Maligno.

Deus não nos deixou à mercê dos espíritos depravados Além da proteção especial de nosso Anjo da Guarda e demais espíritos celestes, entregou à Igreja os meios preventivos e liberativos para enfrentar a ação do demônio: orações, sacramentos, sacramentais (bênçãos, medalhas, escapulários). O mais efetivo desses meios sobrenaturais, para os casos de infestação e possessão são os exorcismos, pelos quais se dão ordens ao demônio, em virtude do nome Jesus, para abandonar o corpo da pessoa ou o lugar que ele infesta ou possui.

Digne-se a Virgem Santíssima — que esmaga para sempre a cabeça da serpente infernal (cf. Gen 3, 15) — nos proteger e abençoar. Invocamos também o patrocínio do glorioso Patriarca São José e a proteção do invencível Arcanjo São Miguel — que derrotou Satã no “praelium magnum in caelo” (Apoc 12, 7-l0) — e dos santos anjos que atenderam ao seu brado de guerra: “Quis ut Deus?” — “Quem é como Deus?”

Do livro “Anjos e Demônios – A luta contra o poder das trevas” – autores: Gustavo Antônio Solimeo e Luiz Sérgio Solimeo – Editora Artpress.



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