sábado, 31 de agosto de 2019

16º dia – Estudo sobre o Anjo da Guarda





Deus, no seu infinito amor pelos homens entregou cada um de nós à guarda e cuidado especial de um anjo, que nos acompanha desde o nascimento até a morte: o Anjo da Guarda.
Essa doutrina sempre foi ensinada pela igreja e se baseia em testemunhos da Sagrada Escritura e da Tradição – Santos Padres, Sagrado Magistério e Liturgia.

Deus confirma essa verdade em sua palavra: Êxodo 23,20-23:
“Vou enviar um anjo adiante de ti para te proteger no caminho e para te conduzir ao lugar que te preparei. Está de sobreaviso em sua presença, e ouve o que ele te diz. Não lhe resistas, pois ele não te perdoaria tua falta, porque meu nome está nele. Mas, se lhe obedeceres pontualmente, se fizeres tudo o que eu te disser, serei o inimigo dos teus inimigos, e o adversário dos teus adversários. Porque meu anjo marchará adiante de ti e te conduzirá entre os amorreus, os hiteus, os ferezeus, os cananeus, os heveus e os jebuseus, que exterminarei.”

O Catecismo da Igreja Católica confirma: “336. Desde o seu começo (Mt 18,10) até à morte (Lc 16,22), a vida humana é acompanhada pela sua assistência (Sl 34,8; 91,10-13) e intercessão (Jó 33,23-24; Zc 1,12; Tb 12,12). «Cada fiel tem a seu lado um anjo como protector e pastor para o guiar na vida» (São Basílio). Desde este mundo, a vida cristã participa, pela fé, na sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus.”

Na bíblia Jacó fala de um anjo que o guardava e pede que abençoe seus netos: “o anjo que me guardou de todo o mal, abençoe estes meninos! Seja perpetuado neles o meu nome e o de meus pais Abraão e Isaac, e multipliquem-se abundantemente nesta terra!” (Gn 48,16).

Outras passagens bíblicas: “Pois o meu anjo está convosco e toma cuidado de vossa vida” (Br 6,6). Salmo 90: “10. Nenhum mal te atingirá, nenhum flagelo chegará à tua tenda, 11. porque aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos. 12. Eles te sustentarão em suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra. 13. Sobre serpente e víbora andarás, calcarás aos pés o leão e o dragão.” Salmo 33: “8. O anjo do Senhor acampa em redor dos que o temem, e os salva”.

No livro de Tobias vemos em toda a história o anjo da guarda claramente protege e guia o jovem Tobias.
O próprio Jesus confirma a existência dos anjos da guarda de cada um: Mateus 18,10: “Guardai-vos de menosprezar um só destes pequenos, porque eu vos digo que seus anjos no céu contemplam sem cessar a face de meu Pai que está nos céus.”

São Paulo confirma que eles são mandados a nosso favor: “Não são todos os anjos espíritos ao serviço de Deus, que lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a salvação?” Hb 1,14.

Os Santos Padres também testemunham a respeito:

Orígenes de Alexandria (? -254 d.C.):
 “Não é apenas o sumo-sacerdote que ora com aqueles cuja oração é sincera, mas há também os anjos que rejubilam no céu. É de crer-se que lá [onde os fiéis se reúnem], as potência angélicas participam das assembléias dos fiéis. É de fato lá que desce a força de nosso Senhor Salvador e se reúnem os espíritos dos santos (...) Se temos o direito de nos referirmos aos anjos graças ao adágio: ‘O anjo de Iahveh acampa entre os seus fiéis e os assiste’ [Sal. 34,8] e se Jacó ao mencionar que ‘o anjo o salvou de todo o mal’ [Gên. 48,16] referia-se não apenas a si próprio mas a todas as pessoas devotas, é então verdade que quando várias pessoas se encontram reunidas para louvar a Cristo, o anjo encarregado de proteger e conduzir cada um rodeia aqueles que crêem em Deus. Assim, quando pessoas santas se acham reunidas, acham-se na presença uma da outra duas Igrejas: a dos homens e a dos anjos. Se Rafael afirma a Tobias que havia oferecido sua súplica diante da glória do Senhor [Tob. 12,12], bem como as de Sara, que se tornaria esposa do jovem Tobias, o que não se passará quando um número grande se reúne em um mesmo local animado pela mesma intenção e formando um só corpo com Cristo?” (De Orat.).
“Junto a cada homem existe sempre um anjo do Senhor que o ilumina, o guarda e o protege de todo mal” (Coment. Mat. 18,10).

Gregório Taumaturgo (213-270 d.c.):
“Santos anjos de Deus, que desde a minha juventude me tem protegido...” (Orat. Ad Orig. 4).

Basílio Magno de Cesaréia (329-379 d.C.):
 “Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor, para conduzi-lo à Vida” (Adv. Eunonium 3,1).

Ambrósio de Milão (337-397 d.C.):
 “Devemos rezar aos anjos que nos são dados como guardiães” (De Viduis 9,55).

Jerônimo (347-420 d.C.):
 “A dignidade de uma alma é tão grande que cada pessoa tem um anjo guardião desde seu nascimento”.

A função principal do Anjo da Guarda é iluminar-nos em relação à verdade, à boa doutrina; mas sua custódia tem também muitos outros efeitos, tais como reprimir os demônios e impedir que nos sejam causados outros danos espirituais ou corporais.

Os efeitos da ação dos anjos podem ser corporais ou espirituais:
São corporais na medida que impedem ou livram dos perigos ou males do corpo, ou auxiliam os homens nas questões materiais, conforme consta no livro de Tobias (cap.5 em diante). São espirituais sempre que os anjos nos defendem contra os demônios (Tb 8,3); rezam por nós e oferecem nossas preces a Deus, tornando-as mais eficazes pela sua intercessão (At 8,3; Tb 12,12); nos sugerem bons pensamentos, incitando-nos assim a fazer o bem (At 8,26;10,3-5), por meios de estímulos da imaginação ou do apetite sensitivo.

A custódia dos anjos nos livra de inúmeros perigos tanto para a alma como para o corpo. Entretanto, ela não nos livra de todas as cruzes e sofrimentos desta vida, que Deus permite para a nossa provação e purificação. Porém eles sempre nos ajudam a tudo suportar com paciência e vencer com perseverança.
Às vezes parece que os anjos não nos estão atendendo ou ouvindo. Pode ocorrer de não sermos atendidos, não porque eles não podem ou não queiram nos ajudar, mas pode ser porque o que estamos pedindo não é o melhor para a nossa eterna salvação, que é o que eles sempre procuram: a salvação de nossa alma.
De acordo com o encargo ou a missão de uma pessoa ela pode ter mais de um anjo da guarda (bispos, missionários, etc.): A virgem Maria tinha vários anjos da guarda, Jesus também possuía vários anjos a servi-lo.

Todos os Papas recentemente confirmaram e propagaram a fé constante da Igreja nos anjos, vivendo eles mesmo no contato íntimo, amigável e fraternal com os anjos.

Pio XI: Sinto que está aqui perto, pronto para me ajudar. Aos visitantes: Cada dia, de manhã e de noite, rezam ao seu anjo da guarda, especialmente nas dificuldades. Aos diplomáticos, missionários e professores: Porque é que pensam que não têm um guia celestial, velando por vocês? Aos sacerdotes: Que o Senhor guie o seu caminho e os seus anjos os precedam. Ao seu sucessor, O Papa Pio XII: Ao falar com alguém que está fechado no seu argumento, vá ao seu anjo da guarda e encomende-lhe as suas intenções, peça-lhe que o trate com o anjo da guarda, uma vez que, os anjos estabelecem um entendimento, a conversação com o visitante será mais fácil.

Pio XII: Devemos unir-nos com os santos anjos; devemos formar uma grande família poderosa dado os tempos que se aproximam! Denunciou na encíclica Humani Géneris, 1950, aos teólogos que duvidavam se os anjos eram pessoas ou os reduziram a muitos ou seres etéreos e ocos. A turistas americanos (1958): Existe outro mundo invisível, real como o nosso que nos rodeia e está rodeado de anjos que viajam com vocês e jogam um papel importante nas vossas vidas. Como Cristo disse às crianças que "os seus anjos contemplam sempre o rosto do meu Pai que está no céu (Mt. 18,10)" assim, quando as crianças se convertiam em adultas, os seus anjos da guarda não os abandonaram, mas permaneceram junto a si.

João XXIII: Tinha uma devoção profunda e familiar com os anjos. Com simplicidade e naturalidade disse: Confiem nos seu anjo da guarda, os amáveis mensageiros da nossa vontade. Que os anjos, presentes em cada lar, falem do nosso desejo de obter harmonia social, boa moral, a prática da caridade, paz entre as nações. Aos pais de família: Ensinem aos vossos filhos que nunca estão sozinhos, que um anjo está ao seu lado. Ensinem-lhes como ter uma conversa sincera com o anjo, que é um bom conselheiro e intercede por vocês e os ajuda nas suas necessidades. É consolador sentir este protetor especial perto de nós, ele fomenta a nossa intimidade com Deus como professor de ascetismo e misticismo e guia-nos ao Altíssimo. Eu ofereço a oração Anjo de Deus, que és meu protetor... pelo menos cinco vezes por dia e frequentemente falo espiritualmente com ele, isto proporciona-me sempre serenidade e paz. [Salmo 91 (90):11-12 Pois deu aos seus anjos a ordem de proteger-te em todos os teus caminhos. Nas suas mãos lhe hão de colocar para que não tropece o teu pé em nenhuma pedra.] Olhando a multidão de peregrinos, eu costumava pensar igualmente na numerosa multidão de anjos da guarda, presentes na praça. O Papa João atribuiu a ideia de convocar o concilio ecuménico (Vaticano II) a uma inspiração do seu anjo da guarda.

Paulo VI: Testemunhou (no seu Credo) Os anjos e os bem-aventurados no céu estão associados em 'diferentes graus' no governo divino do mundo, os santos intercedem em favor dos homens, enquanto os anjos da guarda não só oram e intercedem pelos homens mas também atuam neles e intervêm diretamente" Que os anjos inspirem nas nações aos nossos líderes, planos de paz. Em 1970 aprovou a festa dos anjos de guarda (2 de Outubro).

João Paulo I (Papa por 33 dias): Como Bispo de Veneto: Os anjos são grandes estranhos nestes tempos. É necessário falar muito sobre eles como ministros da Providência no governo do mundo e dos homens. Desenvolvam uma relação íntima com eles.

João Paulo II: defendeu magnificamente a doutrina da Igreja sobre os anjos. Em seis semanas de catequese (Julho-Agosto de 1986). O seu ensino claro e pormenorizado abrange todas as fases: criação dos anjos, natureza espiritual, inteligência e vontade, liberdade, poder, solicitação, tarefas no universo, nas nações, em cada indivíduo; referiu-se ás Sagradas Escrituras, a Tradição e ensino da Igreja através dos tempos. Falou dos anjos caídos, na permanência eterna no 'pecado escolhido' que são mentirosos cósmicos e assassinos, e na vitória de Cristo sobre eles.

A Igreja está convencida de que Deus confiou nos anjos um mistério em favor do seu povo. Portanto, a Igreja confessa a sua fé nos anjos da guarda, venerando-os com festas adequadas e recomendando o recurso a sua proteção através da frequência da oração.



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